Movimento da Orla do Guaíba junto com a vereadora Sofia Cavedon e Carlos Pestana.
Revitalização do Cais e aproximação da população com o Guaíba são defendidas pelo grupo.
A coordenação do Movimento em Defesa da Orla do Rio Guaíba esteve reunida com o chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Carlos Pestana, para tratar do Projeto de Revitalização do Cais do Porto. A audiência foi realizada no final da tarde desta quinta-feira, dia 26 de maio, junto ao gabinete do secretário, no Palácio Piratini, e teve a participação da presidenta da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Sofia Cavedon (PT). Ao final do encontro, Pestana solicitou alguns dias para analisar as propostas e reivindicações do Movimento, que pede acesso ao projeto. "Queremos conhecer o projeto, pois nos preocupam os impactos que possa provocar na mobilidade urbana e ao patrimônio histórico e cultural de nossa cidade", afirma Anadir Alba, integrante do Movimento e coordenadora da Região de Planejamento R7, situada nos bairros Assunção, Ipanema e Pedra Redonda.
De acordo com o documento entregue a Pestana, o princípio da precaução é consideração principal do Movimento, em especial quanto à mobilidade urbana, cujos efeitos sobre a cidade serão desastrosos, "já que são pensadas cinco mil vagas de estacionamento dentro do Cais do Porto, que serão trazidos a circular no centro histórico da cidade".
Para os representantes do Movimento, o Projeto do Cais deve ser integrado ao Centro Histórico da cidade e permitir a inclusão do Museu das Águas. "A estrutura comercial no centro histórico, carente de revitalização, condena prédios hoje subutilizados ao inteiro sucateamento, criando dois ambientes, um cheio de luzes e outro relegado ao abandono", compara o documento. Eduíno de Mattos destaca que o Projeto do Cais não se relaciona com o Iphan, que recupera a Praça da Alfândega. "Isso é um absurdo", questiona.
Ao mesmo tempo que solicita cautela ao analisar as reivindicações ao Projeto do Cais, os coordenadores do Movimento em Defesa da Orla pedem a reabertura da discussão com a sociedade. "Queremos a revitalização, desde que esta não implique em distorções do crescimento urbano, comprometendo a estrutura histórica da nossa capital", afirma Sylvio Nogueira, da Associação dos Moradores do Centro, ao defender ainda esclarecimentos sobre o processo de licitação das obras do Cais.
"Nosso objetivo com esse documento, que chama a atenção para os impactos ambientais, sociais, culturais e de estrutura da cidade, é qualificar a opinião do Governo do Estado", finaliza Milton Cruz, que também é coordenador do Comitê Multidisciplinar do Museu das Águas, que integra o Movimento em Defesa da Orla do Rio Guaíba.
Informações
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues
Foto: Eduíno Mattos
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